Em 2013, Kéfera deu uma entrevista para o IG falando sobre sua infância e sua carreira. Continue lendo para conferir!
Antes de ter a bem-sucedida carreira de vlogueira, no entanto, a atriz era considerada “esquisita” e chegou a sofrer bullying, como contou em entrevista ao iG.
“Nunca fui a popular, a menina que todo mundo gostava. Pelo contrário, todo mundo me odiava, me xingava”, disse Kéfera, nos bastidores de seu programa em São Paulo. “Não gosto de lembrar, sofri bastante no colégio.”
Boca suja e dona de jeito mais “moleque”, a apresentadora explicou que o fato gostar mais de brincar de lutinha do que de Barbie fez com que os ex-colegas implicassem com ela. “Toda mulher que fala palavrão ou não é tão menininha acaba sendo julgada”, apontou.
Depois de superar os maus-tratos na escola, a ex-patinho feio agora lida com o preconceito contra a mulher no humor. “Dizem que mulher bonita não pode fazer humor”, criticou Kéfera. “Uma garota pode se cuidar, ter a sua vaidade, e continuar fazendo comédia. Não precisa estar avacalhada para ser engraçada.”
Leia os principais trechos do bate-papo com a vlogueira Kéfera Buchmann.
iG: Como começou a gravar os vídeos para internet?
Kéfera: Eu estava entediada, estava uma febre fazer vídeo e aí eu pensei: “Ah, vamos tentar”. Eu nunca achei que ia dar em algo, mas deu. [No primeiro vídeo] Falei mal de quem tocava vuvuzela, foi bem idiota. O sucesso foi gradativo. O primeiro deu 12 mil acessos e fiquei assustada, porque 12 mil pessoas tinham visto a minha cara e eu não sabia quem eram. Mas continuei fazendo, pensando que, se não desse certo, eu deletava.
Kéfera: Eu estava entediada, estava uma febre fazer vídeo e aí eu pensei: “Ah, vamos tentar”. Eu nunca achei que ia dar em algo, mas deu. [No primeiro vídeo] Falei mal de quem tocava vuvuzela, foi bem idiota. O sucesso foi gradativo. O primeiro deu 12 mil acessos e fiquei assustada, porque 12 mil pessoas tinham visto a minha cara e eu não sabia quem eram. Mas continuei fazendo, pensando que, se não desse certo, eu deletava.
iG: Você pensa em seguir a carreira de atriz?
Kéfera: É muito sonho seguir a carreira de atriz. Eu tenho DRT e tal, trabalho numa companhia profissional de teatro. Aí eu quero fazer teatro, cinema, TV, série, novela, propaganda… Tudo o que tiver, eu estou dentro (risos).
iG: Tem algum personagem que é o seu sonho?
Kéfera: Eu gostaria de fazer um personagem bem problemático. É estranho, né? Mas eu queria fazer alguém que seja viciada em tudo que é tipo de drogas, com problemas, que queira se suicidar. Algo completamente fora da casinha, porque é bastante divertido fazer o estudo de tudo isso, frequentar o manicômio para fazer as suas pesquisas. Sabe umas coisas bem insanas assim? Eu também gostaria de fazer uma personagem gay.
iG: Que artista te inspira?
Kéfera: A Giovanna Antonelli, nacionalmente falando, é muito boa, ela é uma ótima atriz. A Tatá Werneck também, linda, trabalha super bem com humor, é ótima no improviso, tem umas ideias muito criativas, acho ela é muito boa. E no mundo dos vlogs, tem uma menina chamada Jenna Marbles que é uma gringa, que é bem engraçada. Ela é bem boca suja, fala o que pensa, faz vídeo bêbada. E eu gosto porque tem muita gente que critica esta postura e não é algo muito usual de menina, porque menina normalmente é mais reservada.
iG: Já foi julgada por ser uma garota que fala palavrão?
Kéfera: Toda mulher que fala mais palavrão ou não é tão menininha às vezes acaba sendo julgada. Mas isso é na cabeça das pessoas. É que desde nova eu abro a boca e deixo o espírito falar e às vezes eu deixo escapar um palavrão. Eu não vejo maldade no palavrão, a maldade está na cabeça de quem ouve. A gente usa para se expressar. Às vezes te ajuda a traduzir o que você está pensando. Tipo, um “Nossa, que droga, poxa, chateada” não é a mesma coisa que um “P****, mas que c******”.
iG: Você era conhecida como a palhaça da escola?
Kéfera: Nunca fui a popular da escola, a menina que todo mundo gostava. Pelo contrário, todo mundo me odiava, me xingava. Eu era gorda, feia, esquisita. Eu não era uma menina muito amada no colégio, a galera não ia muito com a minha cara. Faziam muito bullying. Não gosto de lembrar, eu sofri bastante no colégio.
iG: Qual é a melhor parte de ter ficado famosa pela internet?
Kéfera: É legal porque o povo se identifica. É legal que o pessoal manda mensagens, falando comigo e me desejando sucesso. Aí mais pessoas, além da sua família, torcem para você.
iG: Qual é a pior parte?
Kéfera: Internet é meio que terra de ninguém. Às vezes as pessoas fazem críticas muito pesadas. O povo da internet se sente protegido por uma tela, por um usuário falso que criou ali, e não mede palavras. Acabam ofendendo com coisas muito pesadas. Que, se você não tiver uma cabeça mais forte, você fica um pouco abalada.
iG: Já sentiu algum tipo de preconceito por ser uma mulher no meio do humor?
Kéfera: Homem é sempre mais bem recebido por ser mulher. Mulher sempre sofre um pouco mais, porque, geralmente, quando é um homem fazendo humor, a gente já está mais preparado para ouvir o que ele tem a dizer. Quando é uma mulher, pode ser muito chocante. Uma garota faz uma piada sobre sexo, sobre o cara ser broxa, sobre ejaculação precoce e é tachada de “periguete”.
iG: Você pensou em seguir outra carreira além a de atriz?
Kéfera: Eu não sei se sirvo para outra coisa (risos). Eu não tenho dom para Medicina, não tenho paciência para estudar Direito, aquele monte de lei. Já fui professora de inglês. Não dá certo.
iG: Alguma dica para alguém que quer ter um vlog?
Kéfera: Eu sempre digo para a pessoa ser original, ser você mesmo e não querer agradar todo mundo. Porque, se você faz um vlog querendo agradar os outros, já começa errado. Mas eu não sei se vai colar isso de vlog mais. Quem começou naquela época, que estourou, continua. Mas acho que vlog não pega mais. É melhor criar uma coisa nova, em algum outro canal.
Por: IG